sábado, 2 de fevereiro de 2013

Adinkra Sabedoria em símbolos africanos


Adinkra


Sabedoria em símbolos africanos
de Luis Carlos Gá e Elisa Larkin Nascimento
Adinkra vem em boa hora destacar o universo filosófico e estético asante que se tornou patrimônio do país de Gana e que depois viajou ao outro lado do mundo. Ao reunirem os símbolos adinkra, os organizadores deste volume nos propiciaram um recurso exemplar que muito contribuirá para fertilizar o terreno da consciência sobre as cosmovisões da África continental e o seu significado para o Brasil e para as sociedades do hemisfério americano. Em português, inglês, francês e espanhol. Peça o seu contato@brasiscomuniccao.com.br
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A Doutrina Espírita e o filme A Viagem (Parte II)


http://filosofiaespirita2.blogspot.com.br/2013/01/a-doutrina-espirita-e-o-filme-viagem.html

Olhando apenas dois ângulos sobre os quais me ative a falar na postagem anterior, sobre a concepção de reencarnação e a de liberdade, em que se aproxima e em que se afasta o filme da doutrina?

Realmente acredito que no conceito de reencarnação do filme a alma mantém sua individualidade, embora não o corpo. As reminiscências e as marcas de nascença (que o Espírito leva em seu perispírito) sinalizam isso. O herói de uma vida, mantém seu heroísmo em outra, embora em situação diferente. 

O que parece estanque, e que no Espiritismo é mais dinâmico, é a condição dos maus. Que os Espíritos bons continuem bons, é o que acreditamos, e mais, que progridem ao ótimo e assim por diante. Mas, que os maus se perpetuem no vício, é o que negamos. Todos os Espíritos se movimentam rumo a reconciliação com o bem universal. A maldade de um indivíduo também é prisão da qual ele é incitado a se libertar. O ator Hugo Weaving assume o papel de vilão repetidas vezes sem uma nesga de arrependimento que para o Espiritismo é o primeiro passo da iluminação a fim de escapar do círculo de vício moral e da dor por ele provocada.

Os irmãos Wachowski investem no tema da liberdade como atributo maior do ser humano. É o que o define. Tanto é que mesmo "não nascendo de útero", concebida por máquinas, o que fez o espectador entender como humana a garçonete japonesinha foi exatamente ela conseguir se libertar do condicionamento da “ordem natural” a que foi submetida desde sua fabricação e questionar os valores que a circundavam. 

Para o Espiritismo a liberdade e a libertação são definitivamente importantes, mas não ilimitadas. Por exemplo, o que poderia levar a um espírita estranhar o suicídio de um dos “heróis da libertação” é o fato de em outra vida ele não ter vindo com seqüelas em seu corpo, mas ainda perfeitamente livre e apto a lutar por mais liberdade.

A dor cerceia a liberdade de quem não a soube utilizar em qualquer outro momento da existência, proporcionando ao Espírito a lição não de como ser infinitamente livre, mas de como ter uma boa liberdade. 

Filosoficamente coerente é essa posição. Não digo verdadeira, pois isso é ponto de discussão litigioso, mas coerente. Se Deus existe (e o dogma da existência de Deus abre afirmativamente a filosofia espírita), diz Sartre, não há como o homem ser completamente livre, pois desde o princípio seus atos se destinam a cumprir a vontade de Deus em sua vida. Como a existência da tesoura se destina a cumprir a vontade de quem a fabricou: cortar.

Não é por não sermos totalmente livres que não somos completamente livres. A liberdade completa do Espírito a que se destinará todas as criaturas está condicionada a limitação do ser criado. Este não pode acessar a essência do Criador que sempre lhe será maior. Mas, as múltiplas existências, infinitas ao nosso ver, apontam um futuro cuja liberdade não é menor do que a maior liberdade que possamos conceber. 

Filme A viagem sofre com a pretensão de seus diretores


http://ne10.uol.com.br/canal/cultura/criticas-de-filmes/noticia/2013/01/12/filme-a-viagem-sofre-com-a-pretensao-de-seus-diretores-392561.php
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Tom Hanks, em cena com Halle Berry, interpreta seis personagens diferentes: trama confusa
Foto: Divulgação

Paulo FloroDo NE10
Ambição define o filme A viagem, que chegou aos cinemas nessa sexta (12) em todo o País. Dirigiro pelos irmãos Lana e Andy Warchowsky (da Trilogia Matrix) e por Tom Tykwer (Corra, Lola, Corra), a produção tem quase três horas e abrange um período de tempo entre passado, presente e futuro. Chama tanto atenção pelos efeitos especiais quanto pelo trabalho dos atores na interpretação de múltiplos personagens (Tom Hanks faz seis papéis e Hugo Weaving dá vida a uma mulher). De trama confusa e picotada, embebida de filosofia e religião espírita, é um filme difícil e dito como "infilmável" antes mesmo das gravações. É preciso paciência.

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É difícil explicar a trama, e ainda assim ficaria longe da experiência de compreender como todas as histórias estão unidas de alguma forma. Em 1849, um homem de negócios parte em uma viagem pelos mares do Pacífico Sul, onde vai criar amizade com um escravo. Nos anos 1930, um jovem compositor bissexual tenta ser discípulo de um maestro famoso e ranzinza. Nos anos 1970, uma jornalista interpretada por Halle Berry tenta desconstruir uma conspiração que pode ocasionar um desastre nuclear. Em uma Seul distante, uma clone criada para servidão revolta-se contra o sistema, foge, e em algum momento será adorada como um messias. 

O fio condutor parece ser um criador de cabras, interpretado por Tom Hanks, no distante ano 2300, quando a humanidade retomou um estilo de vida pré-industrial vivendo da caça e coleta. Como fizeram em Matrix, os irmãos Warchowsky estão interessados em embalar milhões de dólares em efeitos especiais para transbordar filosofia e ideias. Aqui, o filme tenta passar ao espectador o conceito da reencarnação e de como nossos atos afetam outras pessoas. Tudo está ligado. É algo muito caro ao espiritismo, religião iniciada na Europa, com muitos adeptos no Brasil.

aviagem

É difícil apreender tanta coisa de A viagem, pois muitos elementos atrapalham: o visual exagerado, que por vezes parece ter aproveitado o pior de O quinto elemento, a velocidade com que algumas histórias são apresentadas, e algumas passagens prolixas que fazem do filme um exercício de monotonia. Os atores parecem se esforçar. Tom Hanks, sozinho, interpreta seis personagens, e poucos atores conseguiriam dar profundidade a todos eles em uma mesma produção. Halle Berry também tem seus bons momentos, é preciso reconhecer. Até Susan Sarandon dá tudo de si como uma anciã em uma sociedade pós-hecatombe.

Adaptado do romance de David Mitchell, A viagem (Cloud Atlas, no original), foi tido como infilmável, dado a capacidade imaginativa e filosófica do escritor. Antes de estrear, gerou grande expectativa por causa dos Warchowsky, que teriam voltado para as grandes produções de cunho futurista e pós-apocalíptico. Ao final, sobrou uma produção confusa que que ficou comprometida pela pretensão de seus realizadores.
A VIAGEM
Direção de Lana e Andy Warchosky e Tom Tykwer
COM: Tom Hanks, Halle Berry, Susan Sarandon
LANÇAMENTO: Imagem Filmes
PRODUÇÃO: Warner Bros., Andy e Lana Warchosky, EUA, 2012
CLASSIFICAÇÃO: 12 anos
EM CARTAZ: Circuito multiplex