sexta-feira, 29 de março de 2013

RITOS E CERIMONIAS PARTE I.Uma série de uma pesquisa do face.

APÓS LEITURA,APRECIAÇÃO,REFLEXÃO ENVIE RITOS E RITUAIS DE OUTRAS TRADIÇÕES RELIGIOSAS E SUAS  PRÁTICAS EM SALA DE AULA PARA COMPARTILHARMOS POR AQUI!!!

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É fundamental nas práticas xamânicas, a criação de uma atmosfera sagrada que proporcione um estado de consciência para garantir a entrada numa determinada Rede de Poder, a Criação do Espaço Sagrado.

O estabelecimento de um momento mágico .

Para atingir seus objetivos, o xamã viaja por mundos invisíveis à realidade ordinária, recupera traços perdidos da alma de seus pacientes , conhece o funcionamento da energia universal, usa o poder das pedras e das plantas e dos animais, evoca espíritos ancestrais, utiliza instrumentos de poder, círculos, totens, danças, meditações, sacrifícios, etc.

Segundo Stephen Larsen, os mitos surgem dos rituais, ou estão nele encerrados. Os rituais são a materialização dos mitos. Se não temos consciência dos nossos mitos, estes podem transformar em rituais não deliberados.

Os rituais muito repetitivos tornam-se crenças míticas, ou as provocam, razão pela qual são usados para a perpetuação de sistemas religiosos.

Campbell escreveu : "Os mitos são o apoio mental dos ritos; estes, a representação física dos mitos. Ou seja, o ritual é uma forma de vivenciar o mito.

Nas sociedades tradicionais, a relação do mito com a vida é evidenciada por grupos. Do ventre ao túmulo, as fases interiores de maturação são marcadas por ritos correspondentes - entre os quais a puberdade, o casamento e o nascimento.

Nossos ancestrais conheciam as fases de desenvolvimento e os rituais necessários para criar uma estrutura mítica de transformações para a psique em crescimento.

Ritos, rituais, celebrações e cerimônias fazem parte da história humana desde os primórdios, e existem até hoje.

Através dos rituais, lidamos com o subconsciente ou inconsciente, e entramos em contato com realidades invisíveis, que não são acessadas através da mente ordinária.

Os rituais podem ser classificados bem amplamente : os rituais sazonais (assinalam acontecimentos especiais na Terra (solstícios e equinócios), de encenação (onde se adere um simbolismo específico de um m determinado grupo), de passagem, sociais, de libertação, de aperfeiçoamento (aperfeiçoamento do caráter), de cura, celebrações, louvores, etc.

Um ritual é composto por uma seqüência de palavras e atos que interligam os participantes com uma determinada rede de poder (egrégora). Nos rituais religiosos renova-se a aliança entre os homens e a Divindade. No seu propósito de auxiliar a concentração, a visualização e força do pensamento, onde é fundamental o estado mental e o conhecimento dos condutores.

RITOS E CERIMONIAS PARTE II



Quando os seres humanos realizam cerimoniais e rituais, em um grupo ou individualmente, há uma conexão feita com um campo antigo do consciência. Cria-se um espaço sagrado para a passagem de energia.

Através da consistência em acessar esses campos cada pessoa ou grupo transformam-se numa ponte entre o céu e a terra; o coração individual abre-se de modo a criar um ambiente para que todos os corações humanos abram e expandam.

Invocar e caminhar no sagrado é uma linguagem que transcende explicações e são compreendidas pelo coração.
Quando participamos de cerimônias, entramos num espaço sagrado . Tudo fora desse espaço desvanece-se na importância. Sentimos o tempo numa dimensão diferente. As emoções fluem mais livremente. Os corpos dos participantes abastecem-se de energia de vida, bênçãos chegam até eles, e os alcances desta energia para fora e preces a criação em torno deles. Tudo é envolto numa atmosfera sagrada. Percebemos que não há separação, e que o Eterno reside dentro de cada um de nós.
A maneira que vivemos nossas vidas, nossas rotinas diárias, podem se consideradas cerimônias : nos aniversários, casamentos, batismos, inaugurações, etc e rituais : nas ações repetitivas e eventos diários tais como : escovar os dentes, almoçar, pentear os cabelos, rezar, etc.

Povos de muitas culturas têm múltiplas maneiras para expressar o ritual e cerimônias através de costumes, trajes, danças, alimentos ou bebidas, instrumentos musicais, festivais e assim por diante.

Usando uma definição clássica de cerimônia : um ato ou uma série formal de atos prescritos por rituais, protocolos, convenções. Atividades formais conduzidas em alguma ocasião solene ou importante. Gestos coletivos formais.

Ritual : ordem das palavras e atos prescritos para uma cerimônia. Um ato ou uma série formal repetida de atos. Uma ação cerimonial. Um procedimento estabelecido para um rito religioso ou outro. Um sistema de ritos religiosos.

Desta forma, o ritual e a cerimônia são usados para servir, adorar, honrar ou imprimir a Deus, Deusas, Ser Supremo, Gurus, Santos, guias ou mestres para elogios, louvores, agradecimentos e suplicas.

cerimônias e e rituais estão expressos na arte, nos artefatos, e nas inscrições em rochas .

Amor - Paz e Luz !

Léo Artése

RITOS E CERIMONIAS PARTE III



Curvar-se, ajoelhar-se, gestos, posturas, sons vocais, cantos, movimentos do corpo, incenso, queima de ervas, tambores, flautas, sinos, símbolos, altares, os tambores são usados na chamada das Divindades, na elevação, para o auxílio em orações e em suplicas, etc.

Mesmo nas práticas mais simples (meditações, rezas,etc.) há ritual de como sentar ou posicionar as mãos, para dirigir os olhos e para respirar. Tudo é ritual. Tudo é parte de uma cerimônia.

Certamente não é o espírito divino que necessita de nossas suplicas de joelhos para que nossas preces sejam ouvidas, nem necessita de incenso. Deus não vai ser maior do que por nossas rezas. Fazemos isso é para nós mesmos e para os outros. Nós co-criamos nossas vidas através de nossas intenções.

Nós aprendemos que todas as coisas começam no plano etérico como uma idéia ou pensamento. Uma vez que o pensamento é carregado, move-se então para fora do mundo da matéria e se expressa em ação. Nós falamos nossa intenção. A intenção começa a manifestar-se para fora no mundo através do que pedimos nas preces.

A ação permite trazer nosso objetivo desejado na matéria até materializar-se. A arte da manifestação emerge primeiramente no pensamento e nele movimenta-se para fora no mundo da ação física no verbal. E assim é com arte, música, poesia, dança, trabalhos, corpo, roupa, alimento, doença, etc. -- todas as coisas. Como nós escolhemos nossas vidas , onde nós vamos, o que nós desejamos, o que nós tememos, e assim por diante, em toda a parte desta criação. Conceitualiza-se primeiramente em nossa imaginação e move-se para fora no mundo da matéria.

Com a cerimônia e ritual, nós podemos deixar de abrigar muitas armadilhas do ego ego, julgando vozes dentro de nós, abrindo-nos à rendição e a entrega. Nós cerimonialmente acendemos ritualmente velas, queimamos incenso, nos curvamos, cantamos, lemos escrituras, repetimos orações, canções, mantras, afirmações, para ajudar-nos repetidamente a superar nossos blocos (obstruções) do resíduo subconsciente.

Toda a religião, em algum momento, nos impele para deixar "o ego que sabe" que " e para nos religar a uma fonte ou uma sabedoria mais elevada, ajuda-nos superar nosso ser humano das limitações da mente ego". Assim nos benzemos com água sagrada, bebemos sacramentos, comemos o pão da vida, , recebemos perfurações, flagelações, isolamentos, renuncias, e, assim recebermos a divindade, a atenção de nosso Deus.

Alguns povos rendem-se a períodos longos de êxtase, ao dançar e cantar sob a manifestação de bebidas enteógenas para viajar no tempo e espaço, aos reinos profundos, e além da imaginação. Alguns cerimônias budistas são especialistas para criar êxtases, bem como as igrejas evangélicas.

O giro dos Sufis, como seus dervishes, produzem estados mais elevados de consciência. Em muitas religiões tais como Budismo, islamismo, Hinduismo, Zoroastrismo, Catolicismo, Candomblé, Umbanda, etc., uma canção, um nome, uma prece, um diálogo ou um mantra são repetidos para reorientar a mente inconsciente.

Há rituais para os mortos, para comemorar a passagem, para nascimentos, comemorar a vinda de idade, casar-se, saúde, exorcismo, para guerrear e matar.

Ao curvarmos-nos em reverencia a um altar que representa a divindade, o mestre, o Santo ou o guru de nossa paixão, isto ajuda ao "ego" a reconhecer algo maior do que ele próprio e ajuda-o abrir a nossa imaginação à possibilidade de receber a orientação da Fonte Divina.

Diz-se que Confúcio acreditou que seu país estava na deterioração moral por causa da falta do ritual religioso e pessoal.

O ritual foi inspirado "para preservar a harmonia" entre o céu e a terra. A cerimônia e ritual ajudam-nos a organizar e cristalizar nossos pensamentos, intenções, e foco.Nos extrai do mundo da matéria dando a expressão externa.

Quando nos unimos em cerimônia e ritual, a força da vida torna-se maior do que o nosso indivíduo, e tranqüiliza-nos ajudando a sentir que não estamos sozinhos, mas afirma que nós somos uma parte integral da Grande Teia da Vida.

A vida é ceremonia. . . a vida é ritual. . . a vida é uma dança
A língua secreta da alma: Uma guia visual ao mundo espiritual porJane. O trajeto do ritual, página 150. Pub.Chronicle Livro, 1997

AMOR - PAZ E LUZ !

LÉO ARTESE

RITOS E CERIMONIAS PARTE IV



Em Caos, Criatividade e o Retôrno do Sagrado, Ralph Abraham, Terence Mackena e Rupert Sheldrake, fazem algumas citações sobre rituais e cerimônias, que resumo abaixo :

A palavra mito vem de Mythos, que quer dizer "poema lírico" ou palavras de cânticos rituais.

Os mitos conquistaram o poder que ora desempenham em nossas vidas conscientes e inconsciente graças ao seu papel secundário nos rituais.

Os antigos rituais eram, efetivamente, meios de fazer com que as formas celestes descessem do nível da alma, atravessando o nível do espírito, e chegassem até o corpo.

Em nossa cultura, tendemos a nos mudar para cidades que afastam a natureza de nós. Em nosso ambiente mental, fazemos a mesma coisa.

A maioria das pessoas vive dentro de um conjunto muito convencionalizado de noções que se acham profundamente embutidas num conjunto maior de noções.

Quando nos dirigimos para as fronteiras físicas, como por exemplo, o deserto, a mata virgem e a natureza remota e selvagem, e qundo nos aproximamos das fronteiras mentais por intermédio da meditação, dos sonhos e das substâncias psicoativas, descobrimos na imaginação uma flora e uma fauna extremamente ricas.

Talvez uma percepção mais aguda do interface entre o consciente e o inconsciente, desenvolvida numa ocasião - através da experiência mística, das visões psicodélicas e das viagens xamânicas - revele reinos de experiência dos quais normalmente não estamos conscientes.

Podemos trazer ao consciente outros reinos de experiência por meio de práticas rituais, como, por exemplo, o ciclo anual de festivais encontrados em todas as religiões.

Por intermédio de práticas rituais que ainda se encontram em quase toda a parte, até no Ocidente - incluindo festivais judáicos, o calendário católico dos santos, e os festivias mais importantes, como a Páscoa e o Natal, diferentes dimensões são trazidas à percepção.

Xamanismo RITOS E CERIMONIAS PARTE V


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Em "A Mitologia Pessoal", David Feinsten e Stanley Krippner, definem o ritual como um ato simbólico que celebra, reverencia ou comemora um evento ou processo na vida do indivíduo ou da comunidade. Os seres humanos são extraordináriamente flexíveis, e todas as sociedades criam rituais que expressam o desenvolvimento individual, proeza consequente na engenharia humana.
Traços de caráter que servissem às necessidades do clã eram encorajados, e as paixões individuais e aspirações espirituais direcionadas em benefício da comunidade.

Os rituais tendem a fortalecer a harmonia com os ritmos da natureza, estabelecer as tarefas da evolução individual ou comunitária ou a ligação com os aspectos do cosmos considerados sagrados ou divinos. Um ritual pode remontar a cem anos atrás ou ser elaborado numa ocasião contemporânea. Pode ser realizado regularmente, ocasionalmente ou numa única vez, bem como ser particular ou grupal.

Um exemplo de ritual particular : uma carta de adeus escrita e depois enterrada ou queimada acompanhada de um cerimonial. Rituais públicos costumam ser realizados de maneira determinada e seguindo uma certa ordem, tais como formatura, casamento ou funeral.

Podem ser conduzidos por uma família, um pequeno grupo ou uma comunidade inteira. Os rituais são acompanhados ou não de palavras, de música ou de técnicas de alteração da consciência, tais como a dança rodopiante dos dervixes suifis, as cerimônias com peiote dos nativos americanos ou o arrebatamento delirante de um concerto de rock.

Para Joseph Campbell, o ritual é a representação de um mito. o "Dictionary of Sacred Myth de Tom Chetwind, afirma : Os ritos expressam a experiência viva da alma coletiva transmitida de geração a geração.

Em "Cavalgando o Dragão" Roselle Angwin explica que a a raiz indo-européia da palavra "ritual" significa "reunir, juntar".

Os rituais servem a diversas finalidades, entre as quais estão : a representação de uma intenção, a livberação do inconsciente por meio do consciente e a comunicação através de gestos ou símbolos com o inconsciente e o supraconsciente.
RITOS E CERIMONIAS PARTE V

Em "A Mitologia Pessoal",  David Feinsten e Stanley Krippner, definem o ritual como um ato simbólico que celebra, reverencia ou comemora um evento ou processo na vida do indivíduo ou da comunidade. Os seres humanos são extraordináriamente flexíveis, e todas as sociedades criam rituais que expressam o desenvolvimento individual, proeza consequente na engenharia humana. 
Traços de caráter que servissem às necessidades do clã eram encorajados, e as paixões individuais e aspirações espirituais direcionadas em benefício da comunidade.
 
Os rituais tendem a fortalecer a harmonia com os ritmos da natureza, estabelecer as tarefas da evolução individual ou comunitária ou a ligação com os aspectos do cosmos considerados sagrados ou divinos. Um ritual pode remontar a cem anos atrás ou ser elaborado numa ocasião contemporânea. Pode ser realizado regularmente, ocasionalmente ou numa única vez, bem como ser particular ou grupal. 
 
Um exemplo de ritual particular : uma carta de adeus escrita e depois enterrada ou queimada acompanhada de um cerimonial.  Rituais públicos costumam ser realizados de maneira determinada e seguindo uma certa ordem, tais como formatura, casamento ou funeral. 
 
Podem ser conduzidos por uma família, um pequeno grupo ou uma comunidade inteira. Os rituais são acompanhados ou não de palavras, de música ou de técnicas de alteração da consciência, tais como a dança rodopiante dos dervixes suifis, as cerimônias com peiote dos nativos americanos ou o arrebatamento delirante de um concerto de rock.
 
Para Joseph Campbell, o ritual é a representação de um mito. o "Dictionary of Sacred Myth de Tom Chetwind, afirma : Os ritos expressam a experiência viva da alma coletiva transmitida de geração a geração. 
 
Em "Cavalgando o Dragão" Roselle Angwin explica que a a raiz indo-européia da palavra "ritual" significa "reunir, juntar". 
 
Os rituais servem a diversas finalidades, entre as quais estão : a representação de uma intenção, a livberação do inconsciente por meio do consciente e a comunicação através de gestos ou símbolos com o inconsciente e o supraconsciente.

Fórum Social Mundial começa hoje


bay:http://www.facebook.com/fonaper.ensinoreligioso

As atividades do 13º Fórum Social Mundial começam hoje (27) na capital da Tunísia. Nesta edição, são esperados 70 mil participantes, integrantes de movimentos sociais, sindicatos e associações de todo o mundo. Os debates vão até o dia 30 de março, quando será elaborada a carta de encerramento.

O fórum foi oficialmente aberto nessa terça-feira (26) com uma marcha no centro de Túnis. Nos próximos dias de evento, a organização estima 1.500 atividades, desde palestras a mesas-redondas. Para a manhã de hoje, estão previstas uma mensagem da organização do evento e dois debates sobre tecnologia, educação e ciência.

Entre as personalidades que devem participar do fórum estão o ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência da República, e o cofundador do fórum, Francisco Whitaker. O Fórum Social Mundial surgiu em Porto Alegre em 2000, com a intenção de ser um contraponto às discussões do Fórum Econômico Mundial, que ocorre em Davos, na Suíça.

Depois de três edições na capital gaúcha, o evento passou pela Índia, Venezuela, pelo Quênia, Mali, Paquistão, Senegal e por Belém, no Pará. Em Túnis, a grande expectativa é que a Primavera Árabe seja um dos focos. A Tunísia foi o primeiro país a iniciar movimentos populares para a derrubada de regimes ditatoriais na região. Esses movimentos se espalharam para o Egito e a Síria e completam dois anos em 2013.

O fórum foi dividido em 11 eixos temáticos. Além dos movimentos populares no Oriente Médio, estão temas como a dignidade humana, o capitalismo, a soberania dos povos e o futuro dos movimentos sociais. A maior parte das atividades é organizada pelos próprios participantes. Com isso, o fórum não tem um cronograma rígido.

Conferencista convidado, Luciano Santos, do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral, acredita que uma das maiores virtudes do fórum é a fórmula livre. “Sempre se discutem vários temas no fórum. E levar o fórum para outros países faz com que se traga novos temas para a discussão.” Na sexta-feira (29), Santos vai apresentar o projeto popular que levou à criação da Lei da Ficha Limpa, que mudou a legislação eleitoral brasileira. O movimento quer estimular a formação de uma rede de países com leis semelhantes à implantada no Brasil.

Além do fórum, os movimentos sociais aproveitam a mobilização para promover atividades paralelas, como o Fórum Mundial de Ciências e Democracia, o Fórum Mundial de Mídias Livres e o Fórum dos Economistas.

Fonte: IHU

Francisco de Assis e Francisco de Roma


Leonardo Boff


29/03/2013
Desde que  assumiu o nome de Francisco, o bispo de Roma eleito e, por isso,  Papa, faz-se inevitável a comparação entre os dois Franciscos, o de Assis e o de Roma. Ademais, o Francisco de Roma explicitamente se  remeteu ao Francisco de Assis. Evidentemente não se trata de mimetismo, mas de constatar pontos de inspiração que nos indicarão o estilo  que o Francisco de Roma quer conferir à direção da Igreja universal.
Há um ponto inegável comum: a crise da instituição eclesiástica. O jovem Francisco diz ter ouvido uma voz vinda do Crucifixo de São Damião que lhe dizia:”Francisco repara a minha Igreja porque está em ruinas”. Giotto o representou bem, mostrando Francisco suportando nos ombros o pesado edifício da Igreja.
Nós vivemos também grave crise por causa dos  escândalos, internos à própria instituição eclesiástica. Ouviu-se o clamor universal (“a voz do povo é a voz de Deus”): “reparem a Igreja que se encontra em ruinas em sua moralidade e em sua credibilidade”.  Foi então que se confiou a um cardeal da periferia do mundo,  Bergoglio, de Buenos Aires, a missão de, como Papa,  restaurar a Igreja à luz de Francisco de Assis.
No tempo de São Francisco de Assis triunfava o Papa Inoccêncio III (1198-1216) que se apresentava como “representante de Cristo”. Com ele se alcançou o supremo grau de secularização da instituição eclesiástica com interesses explícitos de “dominium mundi”, da dominação do mundo. Efetivamente, por um momento, praticamente, toda a Europa até a Rússia estava submetida ao Papa. Vivia-se na maior pompa e glória. Em 1210, sob muitas dúvidas, Inocêncio III reconheceu o caminho de pobreza de Francisco de Assis. A crise era teológica: uma Igreja-Império temporal e sacral contradizia tudo o que Jesus queria.
Francisco viveu a antítese do projeto imperial de Igreja. Ao evangelho do poder, apresentou o poder do evangelho: no despojamento total, na pobreza radical e na extrema simplicidade. Não se situou no quadro clerical nem monacal, mas como leigo se orientou pelo evangelho vivido ao pé da letra nas periferias das cidades, onde estão os pobres e hansenianos e no meio da natureza,  vivendo uma irmandade cósmica com todos os seres. Da periferia falou para o centro, pedindo conversão. Sem fazer uma crítica explícita, iniciou uma grande reforma a partir de baixo mas sem romper  com Roma. Encontramo-nos face a um gênio cristão de sedutora humanidade e de   fascinante ternura e cuidado pondo a descoberto o melhor de nossa humanidade.
Estimo que esta estratégia deve ter impressionado a Francisco de Roma. Há que reformar a Cúria e os hábitos clericais e palacianos de todas a Igreja. Mas não se precisa criar uma ruptura que dilacerará o corpo da cristandade.
Outro ponto que seguramente terá inspirado a Francisco de Roma: a centralidade que Francisco de Assis conferiu aos pobres. Não organizou nenhuma obrapara os pobres, mas viveu com os pobres e como os pobres. O Francisco de Roma, desde que o conhecemos, vive repetindo: o problema dos pobres não se resolve sem a participação dos pobres, não pela filantropia mas pela justiça social. Esta diminui as desigualdades que castigam a América Latina e, em geral, o mundo inteiro.
O terceiro ponto de inspiração é de grande atualidade: como nos relacionar com a Mãe Terra e com os bens e serviços escassos? Na fala inaugural de sua entronização, Francisco de Roma usou mais de 8 vezes a palavra cuidado. É a ética do cuidado, como eu mesmo tenho insistido fortemente em vários escritos a que vai salvar a vida humana e garantir a vitalidade dos ecossistemas. Francisco de Assis, patrono da ecologia, será o paradigma de uma relação respeitosa e fraterna para com todos os seres, não em cima mas ao pé da natureza.
Francisco de Assis entreteve com Clara uma relação de grande amizade e de verdadeiro amor. Exaltou a mulher e as virtudes considerando-as “damas”. Oxalá inspire a Francisco de Roma uma relação para com as mulheres, a maioria da Igreja, não só de respeito, mas de valorização de seu protagonismo, na tomada de decisões sobre os caminhos da fé e da espiritualidade no novo milênio. É uma questão de justiça.
Por fim, Francisco de Assis é, segundo o filósofo Max Scheler, o protótipo ociental da razão cordial e emocional. É ela que nos faz sensíveis à paixão dos sofredores e aos gritos da Terra. Francisco de Roma, à diferença de Bento XVI, expressão da razão intelectual,  é um claro exemplo da inteligência cordial que ama o povo, abraça as pessoas, beija as crianças e olha amorosamente para as multidões. Se  a razão moderna não se amalgamar à sensibilidade do coração, dificilmente seremos levados a cuidar da Casa Comum, dos filhos e filhas deserdados e alimentar  a convicção bem franciscana de que abraçando afetuosamente o mundo, estaremos abraçando a Deus.

Leonardo Boff é autor de Francisco de Assis: ternura e vigor, Vozes  1999.

Excelente feriado a todos. Muita paz e muita luz !



Para os espíritas a Páscoa, como qualquer outro período do ano, deve ser um momento de reflexão, estudos e reafirmação do compromisso com os ensinamentos do Mestre, a fim de que cada um realize dentro de si, e no meio em que vive, o reino de paz e amor que Ele exemplificou.
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