quarta-feira, 26 de março de 2014

Pai Nosso - Rubem Alves


 "Mestre, ensina-nos a orar", pediu uma velhinha.

"Quando orarem, vocês não serão como os vaidosos que gostam de orar em lugar visível para serem vistos pelos homens. Você, quando orarem, entrem nos seus quartos e, fechada a porta, orarão ao seu Pai, que ali está, invisível, mesmo que ninguém o veja. E não fiquem repetindo a mesma coisa, como se Deus fosse surdo. Deus sabe do que vocês necessitam, antes que vocês o digam. Vocês orarão assim:
...
Pai-Nosso… Mãe-Nossa…

Pai… Mãe… de olhos mansos, sei que estás invisível em todas as coisas.

Que o teu nome me seja doce, a alegria do meu mundo.

Traze-nos as coisas boas em que tens prazer:

os jardins, as fontes, as crianças, o pão e o vinho, os gestos ternos, as mãos desarmadas, os corpos abraçados…

Sei que desejas dar-me o meu desejo mais fundo, desejo cujo nome esqueci… mas tu não esqueces nunca.

Realiza pois o teu desejo para que eu possa rir.

Que o teu desejo se realize em nosso mundo, da mesma forma como ele pulsa em ti.

Concede-nos contentamento nas alegrias de hoje: o pão, a água, o sono…

Que nossos olhos sejam tão mansos para com os outros como os teus o são para conosco.

Porque, se formos ferozes, não poderemos acolher a tua bondade.

E ajuda-nos para que não sejamos enganados pelos desejos maus.

E livra-nos daquele que carrega a morte dentro dos próprios olhos.

Amém.

·


segunda-feira, 24 de março de 2014

10 Crianças de várias partes do mundo e os seus respectivos quartos

Um interessante trabalho, divulgado no jornal inglês Telegraph, mo
10 Crianças de várias partes do mundo e os seus respectivos quartos
strou através dos quartos dessas crianças as condições de vida que as mesmas levam.
1. Thais, Idade 11 – Rio de Janeiro, Brasil


2.
Kaya, Idade 4 – Tokyo, Japão
Fotos da Semana

3.
Jasmine (‘Jazzy’),  Idade 4 – Kentucky, Estados Unidos
Fotos da Semana

4.
Dong, Idade 9 – Yunnan, China
Fotos da Semana

5.
Indira, Idade 7 – Kathmandu,  Nepal
gostosa

6.
Roathy, Idade 8 – Phnom Penh, Camboja


7.
Douha, Idade 10 – Palestina, Hebron


8.
Tzvika, Idade 9 – IsraelTzvika, Idade 9 – Israel


9.
Lamine, Idade 12 – Senegal


10.
Nantio, Idade 15 – Kenya


http://lista10.org/diversos/10-criancas-de-varias-partes-do-mundo-e-os-seus-respectivos-quartos/

Crianças E Seus Quartos Pelo Mundo!!!Reflitamos sobre essa diversidade Cultural!!!!

Essa galeria é do fotógrafo James Mollison e se chama “Where Children Sleep”
Galeria belíssima mostrando crianças pelo mundo e o quarto/cama/canto/chão onde dormem. É pra mostrar pro seu filho quando reclama que o ventilador tá fazendo barulho, ou que o ar tá muito forte…
Bial, 6 anos, Cisjordânia, Israel.


Alyssa, 8 anos, Kentucky, EUA.


Ahkohxet, 8 anos, Amazônia, Brasil.




Tutu, 9 anos, Costa do Marfim.


Alex, 9 anos, Rio de Janeiro, Brasil.


Delanie, 9 anos, Nova Jérsei, EUA.


Jayme, 9 anos, Nova Iorque, EUA.


Tzvika, 9 anos, Cisjordânia, Israel.


Bikram, 9 anos, Melamchi, Nepal.


Juan David, 10 anos, Medelín, Colômbia.


Rysa, 15 anos, Kyoto, Japão.


Lewis, 10 anos, Barnsley, Inglaterra.


Ryuta, 10 anos, Tóquio, Japão.


Joey, 11 anos, Kentucky, EUA.


Li, 10 anos, Beijing, China.


Ryan, 13 anos, Carolina Do Norte, EUA.


Prena, 14 anos, Katmandu, Nepal.


Rhiannon, 14 anos, Darvel, Escócia.


Kana, 16 anos (com cara de 30), Tóquio, Japão.


domingo, 23 de março de 2014

O SAGRADO E PROFANO NA SEMANA SANTA

O Sagrado e Profano na Semana Santa
Parte I: Introdução.
Esta pratica investigativa tem como objetivo analisar o sagrado e o profano na Semana Santa e como isto se relaciona, mas para que possamos fazer esta trabalho de campo, primeiramente é preciso saber o significado da Semana Santa para o catolicismo que é uma das religiões que mais da importância à este período.
A Semana Santa é a semana que antecede a Páscoa, que, para os católicos, simboliza o dia da ressurreição de Jesus Cristo. O primeiro dia da Semana Santa é o Domingo de Ramos no qual, na igreja é feita uma leitura da entrada de Jesus Cristo em Jerusalém para comemorar a Páscoa dos Judeus: o Pessach. Simbolizando a data, os Padres benzem ramos de oliveiras e palmeiras e os fiéis são convidados a pensar sobre o sofrimento de Cristo em seu caminho para o Calvário.
A Quinta-feira Santa é o dia que se comemora a santa ceia de Cristo onde é instituída a Eucaristia, que significa um dos sete sacramentos da igreja católica, no qual Jesus Cristo se acha presente sob as aparências do pão e do vinho, com o seu corpo, sangue, alma, divindade e comunhão, há ainda a cerimônia do Lava-pés, que representa uma lição de humildade, pois, ao lavar os pés de seus discípulos, Jesus mostra que o centro da missão cristã é o serviço. A Sexta-feira da Paixão é o dia onde o católico mais se resguarda, é um dia reservado para o silencio e a reflexão, pois é o dia em que Jesus sofreu e morreu por nós, meros pecadores, os católicos ficam sem comer carne vermelha, na igreja é lido o relato da Paixão de Cristo, comunga-se as hóstias consagradas na noite anterior e fazem-se procissões Via-Sacra com 15 estações.
No Sábado de Aleluia, ao meio dia, é feita a “Malhação do Judas” onde é feito um boneco representando Judas e as pessoas lincham ele devido a sua traição à Jesus, a noite é realizada a Vigília Pascoal onde os fiéis aguardam a ressurreição de Cristo. No domingo é a Páscoa, ou seja, a ressurreição de Cristo para os católicos, mas muitas das tradições ligadas à Páscoa originaram-se das festas pagãs, celebrando a chegada da primavera. Outras vêm da celebração do Pessach, a Páscoa judaica que comemora a saída dos judeus do Egito conduzidos por Moisés durante o reinado do faraó Ramsés II, representando a passagem da escravidão para a liberdade.
Conhecendo melhor o significado da Semana Santa podemos começar este trabalho de campo que vai focar o relacionamento do sagrado e do profano observando um grupo de pessoas que aproveitam este feriado para se isolar e ter momentos de lazer.

Parte II:Apresentação Detalhada do Objetivo do Trabalho.
O dia observado por mim dentro da Semana Santa foi a sexta-feira da Paixão, mas antes de começar a relatar como foi o dia, primeiro é necessário mostrar o cenário observado. Na realidade eu e minha família, como é de costume, fomos passar o feriado de quinta, sexta, sábado e domingo santos em um sítio de lazer. Minha família seguiu um tempo a religião evangélica, por isso, na Semana Santa não são feitos os mesmos rituais e não temos os mesmos costumes que os católicos, mas de um tempo pra cá a maioria dos meus familiares se “desviaram” caminhos do senhor, por isso eles não se privam de coisas proibidas pela religião como, por exemplo, beber bebidas alcoólicas, fumar, jogar baralho, falar palavrão e todas as outras coisas consideradas profanas e pecaminosas pela religião, mas há aqueles que ainda são fiéis á igreja, mesmo sendo a minoria, por isso são mais conservadores.
Além disso, convidamos alguns amigos, a maioria deles “não-religiosos”, mas também foram convidados duas pessoas, marido e mulher, que são católicos praticantes, por isso foquei meu olhar mais para eles, pois sabia que em algum momento conseguiria observar a pratica do sagrado neles.
Na quinta feira a 23:50 mais ou menos comecei a observar como seria a virada do dia para a Sexta da Paixão. Estávamos todos acordados, o churrasco estava “rolando solto” e tinha gente fumando na mesa de baralho, bebendo cerveja, contando casos engraçados, jogando sinuca, ou seja, “o profano”.
Quando foi se aproximando a meia-noite observei que o casal Católico foi para o quarto onde estavam dormindo, e não voltaram mais naquela madrugada, já se passava da 1:00, fui então observar os membros da minha família que são mais conservadores, estavam em sua maioria na sala conversando, assistindo televisão, e comendo carne de boi e porco normalmente. Num determinado momento fiz uma pergunta para minha tia que é a evangélica mais fervorosa da família: “… o tia, já é sexta da paixão, e porque você está comendo carne vermelha?” então ela deu uma risada e respondeu: “…o meu filho, agente não tem dessas coisas não, e só os católicos que não comem carne vermelha.” , então eu fiz outra pergunta: “… mas porque que só eles não comem carne vermelha?” então ela respondeu: “… são aqueles padres que ficam pondo essas coisas na cabeça do povo.”.
Quando era umas 2:30 da manhã eu estava jogando sinuca junto com um grupo de sete pessoas se revezando então uma dos amigos da família lembrou que já era sexta-feira, ele estava um pouco embriagado então disse “… nossa, deixa eu parar de beber senão deus castiga …” e todos que estavam no grupo começaram a rir cara dele, mas passados uns vinte minutos que ele disse aquilo voltou a beber e fumar. Assim continuou a madrugada, então lá pras 3:00 mais ou menos o pessoal foi se recolhendo para os seus quartos mas ainda ficou algumas pessoas bebendo e conversando baixo.
Na Sexta de manha me levantei as 9:30 da manha, mas não vi ninguém acordado, passados uns trinta minutos o pessoal que não estava de ressaca começou a levantar, escutei então um barulho de carro chegando no sítio, fui ver quem era, quando avistei o carro vi que era o casal de católicos, o nome deles é Jorge e Salete, perguntei onde eles estavam e me disseram que foram á uma missa. Quando era umas 11:00 mais ou menos um tio meu se levantou, ligou o som no ultimo volume, tocando Zeca Pagodinho para acordar todo mundo, 11:30 já estava todos de pé, tomamos café da manha normalmente ao som de Zeca Pagodinho, e os católicos não reclamaram de nada, as vezes eles até cantavam trechos das musicas como por exemplo: “vai vadiar, vai vadiar, vai vadiar, vai vadiar…” percebi também que eles estavam atentos a questão da carne vermelha pois não comeram presunto nem salame e outros derivados da carne. Passado um tempo o pessoal começou as atividades novamente, acenderam a churrasqueira, começaram a beber cerveja, jogar sinuca, baralho, nadar,etc… Observei que quem era católico foi se resguardando do que era muito profano, por isso eles ficaram mais na pisina dentro e de casa.
Quando foi 13:00 mais ou menos, os homens se reuniram pra jogar futebol no campinho dentro do sítio, Jorge foi jogar conosco, o jogo começou e todos nos reparamos nele, pois sempre que jogamos futebol ele é uma das pessoas que mais reclama, mais xinga e fala palavrão, mas ele não estava demonstrando raiva mesmo com o seu time perdendo, então um primo meu que era do outro time brincou com ele dizendo ” …ué Jorge o que que está acontecendo com você, ce ta calmo hoje .” e ele respondeu, “Hoje é sexta da paixão, se eu for começar a xingar meu time eu vou direto pro inferno…”. e assim foi até o final do jogo. Quando eu fui almoçar percebi que tinha bacalhau na mesa e o pessoal que era católico comeu bacalhau e peixe, já que não era comeu peixe, carne de boi, porco, frango, etc… o dia continuou assim com o churrasco, musica alta, cerveja, Jorge e Salete não se descuidaram um minuto, e tentações foi o que não faltou pois a parte mais divertida do churrasco foi o campeonato de truco que meus tios organizaram, e o Jorge que é fanático por truco não pode jogar.
O campeonato foi normal com varias discussões, palavrões, gritaria, confusão e tudo que tem direito um autentico campeonato de truco que se estendeu até umas 21:00 mais ou menos. Então o dia acabou como na quinta feira. O profano “rolando solto” e as pessoas que seguem a religião católica durante todo o dia seguiram os ensinamentos de sua religião em primeiro lugar, ou seja, resistiram as tentações para manter viva neles a chama de sua fé.


Parte III: Relato Pessoal Sobre a Experiência do Trabalho de Campo.
Relatar o sagrado e o profano na semana santa foi uma experiência muito enriquecedora para a minha formação como Cientista Social e acima de tudo uma experiência pra vida inteira, pois olhar uma coisa que eu nunca tinha reparado em toda a minha vida pelo fato da minha família não seguir as mesmas tradições católicas, me trouxe uma visão privilegiada da cultura de outras pessoas tão próximas porem tão diferentes.
Pode-se dizer também que olhar o relacionamento de pessoas chegadas porem diferentes é um ótimo objeto de estudo e para que se possa entender melhor estes relacionamentos é só na pratica mesmo.

Referencias Bibliográficas
http://www.mulhernatural.hpg.ig.com.br/mensagens/semanasanta.htm
Autor: Filipe Augusto Batista de Souza

domingo, 9 de março de 2014

CUERDAS .ASSISTAM ,MUITAS REFLEXOES SERÃO FEITAS E DESPERTADAS PARA UMA SOCIEDADE MAIS ILUMINADA



Antes de colocar  o vídeo lancei 3questoes:
1-Se coloque no lugar da personagem Maria qual seria sua reação ao chegar um aluno novo, especial e enfermo. Quais seriam suas adaptações para que el pudesse brincar/?

2-Agora se coloque no lugar no garoto com paralisia cerebral ,qual seria sua forma de comunicação?

3-Por fim já que fizeram o exercício de Alteridade. Descreva o que seja alteridade ,podem desenhar com familiares, dicionários ou aqui mesmo no blogue ate então reescrever essa historia dando outro final.

'Cuerdas', un cortometraje viral de causa mayor


Ola Pessoal esta semana no Linneu o curta CUERDAS .Náo percam,sempre novidades!!!!

Você pode ensinar seu filho sobre crianças com deficiência. Que tal começar por este filme?

Premiado, curta-metragem 'Cordas' apresenta a relação entre uma garotinha e um amigo que tem paralisia cerebral. Animação comove e pode ser ponto de partida para um diálogo capaz de evitar intolerância e bullying

O filme espanhol ‘Cordas’ (Cuerdas), ganhador do Prêmio Goya 2014 no último dia 9 na categoria ‘melhor curta-metragem de animação’, foi inspirado na vida do diretor, Pedro Solís. Sua filha, Alejandra, tem uma relação muito especial com o irmão, Nicolás, que sofre de paralisia cerebral.
 
Apesar de ter diálogos em espanhol, não é difícil de entender a história contada: María é uma menina alegre, que mora em um orfanato. Lá, ela conhece Nicolás (qualquer semelhança não é mera coincidência) e passa do estranhamento à amizade, veja acesse!!!

Nos agradecimentos, o diretor dedica o filme à filha, por ter inspirado a obra; ao filho, que ele desejaria nunca ter inspirado o trabalho; e à esposa, Lola, por todas as vezes em que ela não chorou na frente dele. Solís deixa ainda a mensagem: há cordas que não amarram; e sim, libertam. Se você quiser saber mais sobre o filme, visite a página no Facebook e o site: http://cuerdasshort.com/
Pedro Solís, ao receber o prêmio Goya: animação foi inspirada nos filhos do diretor espanhol (REUTERS/Javier Barbancho)
Pedro Solís, ao receber o prêmio Goya: animação foi inspirada nos filhos do diretor espanhol
‘Cordas’ encanta, mas oferece mais: uma oportunidade para conversar sobre deficiência com aquelas crianças consideradas ‘normais’. Essa pauta não é colocada com tanta frequência diante dos pais e mães, e isso tem consequências graves, muitas vezes invisíveis; mas que aos poucos ganham mais atenção.

A professora de educação física Maria Luiza Tanure Alves, que em 2013 se tornou doutora pela Unicamp com uma tese sobre estudantes com deficiência visual, ficou surpresa com os relatos de bullying de adolescentes cegos que frequentavam atividades esportivas nos ensinos fundamental e médio em São Paulo. Os alunos de 13 a 18 anos sofriam zombarias constantes, como perguntas do tipo “mas como você não está vendo aquilo?”. Travestidas de brincadeira, as ofensas deixaram marcas nos garotos entrevistados pela pesquisadora.

A pesquisa mostrou que esses alunos não se sentiam incluídos durante as aulas de educação física, pois tinham participação limitada nas atividades e se mantinham isolados do grupo. Luiza Tanure aponta que os professores de educação física têm papel fundamental no processo de inclusão dos alunos com deficiência. “Percebi que existe um círculo vicioso no sistema, uma vez que os alunos não são chamados a participar das aulas e, por conseguinte, não conseguem interagir com a turma. O professor acaba excluindo o aluno do processo quando não oferece a oportunidade de participação”, esclarece. Ou seja: o fato de colocar o aluno em sala não é o suficiente para que ele se sinta incluído no contexto escolar.
Max, filho de Ellen Seidman, tem paralisia cerebral e inspirou a mãe a fazer um pequeno guia de orientações para lidar com crianças que têm alguma deficiência, veja na galeria de fotos (Reprodução / http://www.lovethatmax.com/)
Max, filho de Ellen Seidman, tem paralisia cerebral e inspirou a mãe a fazer um pequeno guia de orientações para lidar com crianças que têm alguma deficiência, veja na galeria de fotos
A professora destaca ainda que o levantamento apontou a barreira da aceitação por parte dos colegas. Nesse caso, o trabalho depende do envolvimento dos pais. “Durante a pesquisa, foi observado que fatores familiares interferem na aceitação das diferenças em sala de aula. O professor tem dificuldades para realizar uma intervenção mais pontual neste aspecto”, analisa. Na opinião da pesquisadora, que durante sete anos atuou como professora em escolas públicas, as políticas governamentais devem ter como foco a preparação profissional contínua e de qualidade, mas também um trabalho social, com mudança de valores, para mudar a forma de encarar a deficiência.

Mas como ensinar ao meu filho sobre a deficiência?
Ellen Seidman, do blog “Love That Max“ traz algumas dicas. Ela revela que, quando jovem, também zombava de um garoto com deficiência. Anos mais tarde, o filho dela, Max, sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) durante o parto. Ele tem paralisia cerebral, assim como Nicolás, do filme Cordas. “De repente, eu tinha uma criança para quem outras crianças olhavam e cochichavam a respeito. E eu desejei tanto que seus pais falassem com elas sobre crianças com necessidades especiais”, desabafa.

Diante da escassez de orientações, Ellen conversou com pais de crianças com autismo, paralisia cerebral, síndrome de down e outras doenças genéticas para “ouvir o que eles gostariam que fosse ensinado aos outros pequenos sobre seus filhos”. Como a autora mesmo diz, as dicas que se seguem são baseadas em depoimentos e devem ser consideradas um guia, mas não uma ‘bíblia’ definitiva, veja na galeria:
galeria:
María e Nicolás: veja, na galeria de fotos, orientações sobre o que ensinar a seus filhos sobre crianças com deficiência (Cuerdas / Divulgação)
 
Para começar, não tenha pena de mim: as mães de uma criança com deficiência tê, sim, que lidar com muitas coisas. Mas isso não é uma tragédia. 'Meu filho é um menino brilhante, engraçado e incrível que me traz muita alegria e que me enlouquece às vezes. Você sabe, como qualquer criança. Se você tiver pena de mim, seu filho vai ter também. Aja como você agiria perto de qualquer outro pai ou mãe. Aja como você agiria perto de qualquer criança.' (Divulgação / cuerdasshort.com)
Ensine seus filhos a não sentir pena dos nossos: quando uma criança vê outras crianças e adultos a encarando, ela fica incomodada. 'Minha filha não se sente mal por ser quem ela é. Ela não se importa com o aparelho em seu pé. Ela não tem autopiedade. Ela é uma ótima garota que ama tudo, de cavalos a livros. Ela é uma criança que quer ser tratada como qualquer outra criança - ainda que ela manque. Nossa família celebra as diferenças ao invés de lamentá-las, então nós te convidamos a fazer o mesmo.' (Divulgação / cuerdasshort.com)
Use o que eles têm em comum: a dica é incluir as pessoas com deficiência nas respostas daquela fase 'perguntadeira' dos filhos. 'Vai chegar uma hora em que seu filho vai começar a te fazer perguntas sobre a cor da pele de alguém, ou por que aquele homem é tão grande, ou aquela moça é tão pequena. Quando você estiver explicando a ele que todas as pessoas são diferentes, mencione pessoas com deficiências também. Mas tenha o cuidado de falar sobre as similaridades também - que uma criança na cadeira de rodas também gosta de ouvir música, e ver TV, e de se divertir, e de fazer amigos. Ensine aos seus filhos que as crianças com deficiências são mais parecidas com eles do que são diferentes.' (Divulgação / cuerdasshort.com)
Ensine que há várias formas de se expressar: crianças com dificuldade para falar podem manifestar sua alegria de outra forma. 'Meu filho faz barulhos bem agudos quando está animado. Algumas vezes, ele pula pra cima e pra baixo e sacode os braços também. Diga aos seus filhos que a razão pela qual crianças autistas ou com outras necessidades especiais fazem isso é porque elas tem dificuldades pra falar, e é assim que elas se expressam quando estão felizes, frustradas ou com dor. Quando ele faz barulhos, isso pode chamar a atenção, especialmente se estamos em um restaurante ou cinema. Então, é importante saber que ele não pode, sempre, evitar isso. E que isso é, normalmente, um sinal de que está se divertindo'. (Divulgação / cuerdasshort.com)
A amizade com uma criança com deficiência é boa para as duas crianças: algumas pessoas acreditam que autismo 'pega' e esse desconhecimento impõe barreiras. 'Em 2000, quando meu filho foi diagnosticado com autismo, tive muita dificuldade em arrumar amiguinhos para brincar com ele. Vários pais se assustaram, a maior parte por medo e desconhecimento. Fiquei sabendo que uma mãe tinha medo de ser 'contagioso'. Ui. Treze anos mais tarde, sou tão abençoada por ter por perto várias famílias que acolheram meu filho de uma forma que foi tão benéfica para o seu desenvolvimento. Fico arrepiada de pensar nisso. A melhor coisa que já ouvi de uma mãe foi o quanto a amizade com o meu filho foi importante para o filho dela e fez dele uma pessoa melhor! Quando tivemos o diagnóstico, ouvimos que ele nunca teria amigos. Os amigos que ele tem, agora, adorariam discordar. Foram os pais deles que facilitaram essa amizade e, por isso, serei eternamente grata'. (Divulgação / cuerdasshort.com)
 Encoraje seu filho a dizer 'oi': o que fazer diante da curiosidade das crianças? 'Se você pegar seu filho olhando pro meu, não fique chateada - você só deve se preocupar se ele estiver sendo rude, mas crianças costumar reparar umas nas outras. Sim, apontar, obviamente, não é super educado, e se seu filho apontar, você deve dizer a ele que isso é indelicado. Mas quando você vir seu filho olhando para o meu, diga a ele que a melhor coisa a fazer é sorrir ou dizer 'oi'. Se você quiser ir mais fundo no assunto, diga a ele que as crianças com deficiência nem sempre respondem da forma como a gente espera, mas, ainda assim, é importante tratá-las como tratamos as outras pessoas'. (Divulgação / cuerdasshort.com)
Encoraje as crianças a continuar conversando: A ideia é não desistir na primeira dificuldade. Assim como María, no filme 'Cordas', instintivamente não desistiu. 'As crianças sempre se perguntam se meu filho pode falar, especialmente quando ele faz seu 'barulhinho alto corriqueiro'. Explique que é normal se aproximar de outra criança que soa um pouco diferente. Algumas podem não conseguir responder tão rápido, mas isso não significa que elas não tem nada a dizer. Peça ao seu filho para pensar no seu filme favorito, lugar ou livro- há grandes chances da outra criança gostar disso também. E a única forma de ele descobrir isso é perguntando, da mesma forma que faria com qualquer outra criança.' (Divulgação / cuerdasshort.com
 
Dê explicações simples: os adultos tendem a complicar as coisas. 'Algumas vezes, eu penso que nós, pais, tendemos a complicar as coisas. Usando alguma coisa que seus filhos já conhecem, algo que faça sentido pra eles, você faz com que a 'necessidade especial' se torne algo pessoal e fácil de entender. Eu captei isso uns anos atrás, quando meu priminho me perguntou 'por que o William se comunicava de forma tão diferente dele e de seus irmãos'. Quando eu respondi que ele simplesmente nasceu assim, a resposta dele pegou no ponto: 'Ah, assim como eu nasci com alergias'. Ele sabia como era viver com algo que se tem e gerenciar isso. Se eu tivesse dito a ele que os músculos da boca de William têm dificuldade em formar palavras, o conceito teria se perdido na cabeça dele. Simplicidade é a chave'. (Divulgação / cuerdasshort.com)
Ensine respeito às crianças com seus próprios atos: o velho 'dar o exemplo' nunca fez tanto sentido. 'Crianças aprendem mais com suas ações que com suas palavras. Diga 'oi' para a minha filha. Não tenha medo ou fique nervosa perto dela. Nós realmente não somos tão diferentes de vocês. Trate minha filha como trataria qualquer outra criança (e ganhe um bônus se fizer um comentário sobre o lindo cabelo dela!). Se tiver uma pergunta, faça. Fale para o seu filho sobre como todo mundo é bom em coisas diferentes, e como todo mundo tem dificuldades a trabalhar. Se todo o resto falhar, cite a frase do meu outro filho: 'bem, todo mundo é diferente!''. (Divulgação / cuerdasshort.com)
Ajude as crianças a ver que uma criança pouco falante pode entender: 'Nós estávamos andando pelo playground e a coleguinha da minha filha não parava de encarar o meu filho, que é autista e tem paralisia cerebral. Minha filha chamou a atenção da colega rapidinho: 'Você pode dizer 'oi' pro meu irmão, você sabe. Só porque ele não fala, não significa que ele não ouve você'. Ele realmente não costuma falar muito, mas ouve tudo ao redor. Ensine aos seus filhos que eles devem assumir que crianças com deficiência entendem o que está sendo dito, mesmo sem falar. Assim, eles não vão dizer 'o que ele tem de errado?', mas poderão perguntar 'como vai?'. (Divulgação / cuerdasshort.com)
 
Inicie uma conversa: 'Nós estávamos no museu e um garotinho não parava de olhar para o meu filho e seu andador. A mãe dele sussurrou em seu ouvido para não encarar, porque isso era indelicado. Ao invés disso, eu adoraria que ela tivesse dito 'esse é um andador muito interessante, você gostaria de perguntar ao garotinho e à sua mãe mais a respeito dele?''. (Divulgação / cuerdasshort.com)
 
                Não se preocupe com o constrangimento: a dica é não entrar em pânico. 'Vamos combinar de não entrar em pânico caso seu filho diga algo embaraçoso. Se seu filho olhar para a minha menina e disser algo como 'Eca! Por que ela está babando?' ou 'Você é mais gorda que a minha mãe'. Embora esses não sejam exemplos ideais de início de conversa, mostram que o seu filho está interessado e curioso o suficiente para fazer contato. Por favor, não gagueje um 'mil desculpas' e arraste seu filho pra longe. Vá em frente e diga baixinho o pedido de desculpas, se você precisar, mas deixe-me aproveitar a oportunidade: vou explicar a parte da baba e apresentar a Maya. Posso contar da paixão dela por crocodilos, e você pode ser a coadjuvante no processo, dizendo 'lembra quando nós vimos no zoológico?' ou coisa parecida. Maya vai curtir conhecer alguém novo, e eu terei esperanças de que seu filho conseguiu vê-la como uma criança divertida, ao invés de uma 'criança que baba'. (E eu irei simplesmente fingir que não ouvi a parte do 'mais gorda que a minha mãe')'. (Divulgação / cuerdasshort.com)